Poemas e Haicais
SEMPRE MADRUGADA
Para quem viaja
Ao encontro do sol
É sempre madrugada
AREIA
Da estátua de areia
Nada restará
Depois da maré cheia
ARCO-ÍRIS
Arco-íris no céu
Está sorrindo o menino
Que há pouco chorou
ARAUCÁRIA
Araucária,
Nasci forte e altiva,
Solitária.
Ascendo em linha reta
Uma coluna verde-escura
No verde cambiante da campina
Estendo braços hirtos e serenos,
Não há na fronde,
Nem veludos quentes de folhas,
Nem risos vermelhos de flores,
Nem vinhos estonteantes de perfumes.
Só há o odor agreste da resina
E o sabor primitivos dos frutos.
Espalmo a taça verde do infinito.
Embalo o sono dos ninhos
Ocultos em meus espinhos,
Na silente nudez do meu isolamento.