Projeto Pró Memória

3 – INTRODUÇÃO

Segundo o dicionário Priberam da língua portuguesa, memória (substantivo feminino) é a faculdade pela qual o espírito conserva ideias ou imagens, ou as readquire sem grande esforço. E pró-memória (substantivo masculino), segundo o mesmo dicionário, é o resumo ou conjunto de notas usado como auxílio da memória para determinado assunto ou em determinada circunstância.

A história de uma instituição é uma construção que traz em si as marcas dos sujeitos que dela fizeram e fazem parte. Através de contribuições interdisciplinares, a memória institucional torna-se uma ferramenta eficiente na criação de sua identidade. Revela-se como um meio eficaz de manutenção das informações que situam a entidade no seu tempo, no meio social e cultural. Na sistematização de dados, a reinterpretação do passado exige total autenticidade para não ferir a credibilidade.

A memória individual é aquela guardada por um indivíduo e se refere às suas próprias vivências e experiências, mas que contém também aspectos da memória do grupo social onde ele se formou, isto é, onde esse indivíduo foi socializado.

A memória coletiva é aquela formada pelos fatos e aspectos julgados relevantes e que são guardados como memória oficial da sociedade mais ampla. Ela geralmente se expressa naquilo que chamamos de lugares da memória, que são os monumentos, hinos oficiais, quadros e obras literárias e artísticas, que expressam a versão consolidada de um passado coletivo de certa sociedade.

As principais instituições e organizações buscam cada vez mais o reaver estratégico da sua história e memória. Nas últimas três décadas, o interesse pelos estudos da História – Memória vem se intensificando tanto no âmbito acadêmico como no empresarial. As primeiras consultorias especializadas em memória institucional surgiram no Brasil nos anos 1980. Na Europa e nos Estados Unidos, essa iniciativa se deu na década anterior.

Uma instituição que não se interessa pelo seu futuro, nem pelo seu passado, que decidiu viver apenas o presente, está fadada a desaparecer, sem deixar traços de sua existência.

A preservação da memória de um escritor geralmente é feita por algum membro de sua família, que não terá acesso à totalidade de suas realizações, tendo guardado, portanto, apenas uma parte de sua produção. Nós que produzimos o presente, que somos seus protagonistas, devemos ser os primeiros interessados em preservar o nosso passado. Afinal, somos parte dele.